18 agosto 2006

Sistema de cotas


Imagine a seguinte situação hipotética :

2 pessoas fazem uma prova de vestibular para a mesma universidade, mesma carreira, mesmo semestre, ou seja, tudo igual. Ao final do processo o candidato "branco" tira uma nota inferior a do candidato "negro". Quem irá ter acesso ao curso ?

R: Se você disse que seria o candidato negro, você se enganou, pois esqueceu-se da cor da pele. Neste caso o branco consegue a vaga.

Achou isso estranho ? Racismo ? Pois é...essa história acontece na vida real, só que quem perde a vaga mesmo tendo tirado nota mais alta é o candidato "branco" e esse absurdo não se chama racismo e sim Sistema de Cotas no qual o candidato é avaliado pela cor da pele e não pelos seus conhecimentos.

Isso é justo ???????????

19 comentários:

Unknown disse...

a cada dia encontro um pleas show de template novo... :P
boa sorte.

Quanto ao sistema de cotas eu não acho q esse seja o melhor enfoque da realidade. Existe todo um problema histórico por trás e eu acredito que tenha alguma valia sim.

A educação do Brasil, sinceramente n tem como piorar. Pensando em estatísticas e nas condições oferecidas aos negros durante sua vida toda, essa parece uma solução. Imediatista e fraca. Mas uma solução.

Eu nm sei se sou a favor, mas contra eu não sou nao.

abraço.

Unknown disse...

a propósito, gostei do relógio.
gostei tanto q coloquei no meu blog
:P

Aline disse...

VAMOS A MINHA SITUAÇÃO...MORO NUMA CIDADE ONDE MAIORIA DA POP É NEGRA(SALVADOR),PRINCIPALMENTE A POP POBRE...E AQUI OS SISTEMA DE COTAS É ENCARADO COM NATURAL...PARTICULARMENTE NÃO GOSTO DE COTA NEHUMA NEM PRAESTUDANTE DE ESCOLA PUBLICA,NEM PARA NEGROS,NEM INDIOS...O PROBLEMA ESTA NA BASE...O GOVERNO NÃO INVETSE NAS ESCOLAS BÁSICAS...E DEPOIS TEMOS QUE ENGOLIR ESTAS COTAS..
BJINHOS E BOM FDS

Anônimo disse...

sou altamente contra as cotas para negros!!!

M. disse...

A escravidão era justa? O racismo é justo? E a pobreza?
Não adianta sair condenando o que decorre de problemas muito mais graves e bem arraigados na sociedade brasileira.
O vestibular que eu passei, de segunda chamada, foi o primeiro a instituir as cotas. Quando saiu o resultado e eu vi que meu nome não estava lá, não fui pondo a culpa nas cotas. Afinal, a culpa não é dos negros...
Se alguém merece levar a culpa de alguma coisa, somos nós, brancos, preconceituosos, que olhavamos para os negros como bichos, não humanos. Que os tratavam e ainda tratam com menosprezo. Que os consideram criminosos.
Isso é justo? Classificar uma pessoa só por causa da cor da sua pele???

Anônimo disse...

O Problema do Sistema de Cotas é que avaliam a pessoa pela cor da pele e não pelo financeiro dela. Assim sendo, o próximo a ser discriminado será o branco pobre.



Por isso, eu prefiro o Sistema de Cocotas onde só quem é mulher e gostosa que entra na faculdade. rs

Celo Martins disse...

Acho que a conversa para a cricao destes sistemas de cotas foi assim:

-Quem faz mais barulho? Quem faz mais protestos? Quem tem uma associacao? Quem sao os pobre?
-Entao cria um sistema de cotas e cala a boca deles e deixa esses outros esperneando aí pois eles nem seuqer sabem protestar... E se protestar ninguém vai dá ouvido mesmo...

PS: Isso é só minha imaginacao..hhehheh

Ale Falcão disse...

Mary,

Um erro não justifica o outro. Não posso ser punido por não ser negro. Isso é um absurdo. O filho do Pelé num eventual vestibular leva vantagem sobre o filho do porteiro aqui do prédio, que é branco. O negro, mesmo sendo rico, levaria vantagem. Essa é uma lei populista.
Cotas sociais sim, raciais(racistas) não.

bjs

Unknown disse...

a questão é que é mais emergente a inclusão dos negros que dos pobres.

a questão social é muito mais crítica e está arraigada no próprio sistema capitalista. tanto q em países desenvolvidos tb existe pobreza.

mas preconceito e discriminação, ainda mais no brasil q é um aglomerado cultural, é outra história. é um problema a ser resolvido 'p/ ontem'. e tem raizes históricas sim.

Anônimo disse...

Assino totalmente embaixo do que você disse!!
Que total palhaçada é esse sistema de cotas!
E desde quando o negro não tem capacidade de passar num vestibular sem isso?
¬¬'
Mais uma do Brasil...ó céus!

Anderson Roberto disse...

O problema é a estrutuda da educação, esse negócio de cotas gera um preconceito dos dois lados.
A educação tem que melhorar num contexto geral e pra isso acontecer começa por nós mesmo, sabendo escolher nossos representantes no governo.
Acho que o melhor é cada um fazer sua parte, sempre em busca de melhorar.

Mila disse...

É como eu sempre digo: o racismo só vai acabar quando pararem de falar dele!
Esse sistema de cotas é a personificação do racismo inrustido. Se eu fosse negra eu me negaria a esse papel.

Ale Falcão disse...

Só acho estranho o fato de uma pessoa rica ter direito a cota para entrar em universidade em detrimento de uma outra considerada pobre, apenas em virtude da cor de sua pele. Li uma reportagem no jornal O Globo (22/08/2006)sobre a UniRio... inclusão social sem necessidade de cotas raciais. Medidas práticas sem serem populistas.

abraços.

Anônimo disse...

Ah... eu já vim aki!! :D ateh comentei e jah dei minha opniao sobre as cotas.
Valeu por ter ido ao meu blog e ter lido!! :D

Unknown disse...

e discussão vai e volta, mas quanto mais negros ricos entrarem na universidade, mais negros ricos aparecerão nesse brasil, e a coisa começa a ficar mais equivalente...
convenhámos que o vestibular não é o supra-sumo da justiça também.

Paulo Morais disse...

Gente, o problema não é tão simples quanto o blogueiro propôs nem quanto a Aline comentou.

Aline, o problema está na base sim, mas esse problema vai levar décadas, infelizmente, pra ser resolvido. Enquanto isso, temos sim que ter um mecanismo de tirar a vaga de uns para entregar pra outros menos favorecidos. É paliativo, claro, mas resolvendo a conjuntura podemos pensar um estrutura melhor, concorda?

E, no mais, só o fato de estarmos discutindo o sistema de cotas é bem relevante pelo fato de que o racismo entrou na pauta do bate-papo do brasileiro. Antes nem se falava nesse assunto, creio que já é um avanço.

Grande abraço,
Paulo

Anônimo disse...

O Sistema de Cotas é um disfarce para uma inclusão social não de negros e sim de pobres. Pra concorrer a uma vaga por esse sistema tem-se que responder a um questionário socio-econômico e neste é feito a análise do caso. Você já deve ter ouvido falar de pessoa “branca” q passou pelo sistema de cotas e pessoa “negra” e não.
A população pobre não tem acesso a estudo de qualidade, tanto é que querem fazer cotas pra alunos de escolas públicas. Bom, se isso é certo ou não não vem ao caso, pois o sistema já está implantado. E os frutos vão ser colhidos no futuro, com uma melhoria das escolas públicas e uma elevação social do Brasil como um todo.
A base está na educação. Se só uns poucos podem estudar, o país não tem base.

sergio dias disse...

Atualmente ouvimos dos defensores do mito da democracia racial brasileira a idéia de que superaremos a grande desigualdade racial brasileira através da melhoria da educação. Dizem eles que como não temos problemas raciais no Brasil facilmente sairemos deste abismo em que nos encontramos se tivermos uma escola pública de qualidade, isto é, com professores bem pago e de excelente formação, uma boa infra-estrutura física e logística nas escolas, acesso a todo tipo de tecnologia educacional possível aos alunos no universo escolar e horário integral.

Esta proposta se encarada com seriedade merece de todos nós aplausos e apoio. Embora não acredite que venceríamos todos os problemas sociais apenas com a democratização da estrutura educacional brasileira, devo reconhecer que seria um passo importante para desmontarmos parte do apartheid social e racial existente. Seria fantástico se pudéssemos ter nossas escolas públicas funcionando dessa forma e ver nosso filhos tendo a oportunidade de aproveitar desse direito básico estabelecido constitucionalmente.

Entretanto, se fizermos uma digressão histórica veremos que esta proposta de educação é filha de uma época determinada, e mais, de uma estrutura de Estado determinada. Um Estado que surgiu a partir de um acordo de classes instituido numa Europa arrasada pela 2 Guerra Mundial e sob a ameaça da expansão soviética. Nestas circunstâncias, uma burguesia débil e temerosa aceitou melhorar as condições de vida da população em geral, em troca do abandono, por parte dos trabalhadores, dos ideais comunistas e da sua militância em partidos operários. Daí nascem a social-democracia e o Estado do Bem-Estar Social, o "Welfare State", que pretendia prioritariamente combater a miséria e garantir direitos como moradia, saúde, educação, previdência e o emprego. Após a instauração desse acordo temos, como bendisse Hobsbawn, "os 25 anos áureos do capitalismo".

Hoje, infelizmente o "Welfare State" vem sendo destruído pela burguesia, e o que restou em muitos países são escombros. Basta observarmos o exemplo francês que recentemente passou por uma grave crise com a revolta de jovens imigrantes contra a situação atual, sobretudo, do sistema educacional francês e a falta de oportunidade de empregos e sua conseqüente precarização. Na Europa, somente os países nórdigos mantêm a duras penas e sob forte crítica burguesa e com muitos desvios a estrutura construída a partir do "Welfare State".

A nova centralidade do Estado, estabelecida a partir dos governos Thatcher e Reagan e que se universalizou com a derrubada do muro de Berlim e a queda da URSS privilegia não mais a atenuação das desigualdades, mas pelo contrário, o aumento delas, introduzindo a competição como um fator de progresso para toda a sociedade. Em suma, o neoliberalismo, a que estamos submetidos tirou da página da história do capitalismo qualquer retorno as proposições sociais-democratas e de seu Estado do Bem-Estar. Neste sentido, qualquer sugestão, no âmbito do capitalismo, em particular brasileiro, levando em consideração o histórico de atrocidades cometidas por nossas elites, que apresente a educação como saída se converte em engodo, em falácia, em ideologia pura.

Historicamente, o movimento negro e os movimentos sociais no seu conjunto vêm discutindo a problemática racial e propondo soluções para essa questão. Reconhecemos a luta pelo socialismo como um aspecto fundamental para transformar esta realidade. Contudo, não podemos deixar de lado os elementos específicos que enfrentamos.
Há muitos que vêem as ações afirmativas como proposições equivocadas e como remissão do capitalismo para um de seus problemas estruturais, visto que onde há capitalismo, há racismo. Mas temos que vê-las de outra forma, como proposições nossas, surgidas a partir de nossos enfrentamentos e como conseqüência deles. Há bastante tempo, o movimento negro, com a solidariedade de outros movimento sociais, traz a reparação racial como elemento essencial de nossa luta e è importante que não esqueçamos disto. Precisamos compreender que esta proposta sai das entranhas do movimento, de nossos embates, de nossas tensões, de nosso choro, alegrias e sofrimentos. Querem nos convencer de que essa proposta é alienígena, estrangeira, anglófila, mas isso não e verdade.

Por fim, gostaria de lembrar que há um Estatuto da Igualdade Racial a ser votado no Congresso Nacional e de que precisamos, antes de tudo, de unidade nesta guerra, e que sem ela, não chegaremos a lugar algum, é fundamental convencermos a sociedade brasileira de que teremos um país melhor e mais justo se conseguirmos aprová-lo.
www.pelenegra.blogspot.com

Ale Falcão disse...

Continuo achando uma injustiça uma pessoa ser aprovada por causa de sua raça em detrimento de seu conhecimento. Não é assim que vamos conseguir melhorar nosso país.